Linguagem oral, leitura e escrita formam o alicerce para a alfabetização plena das crianças, mas o desafio para atingir tal feito tem se tornado ainda maior após as consequências da pandemia de Covid-19 e dos efeitos nocivos do uso de telas na infância. Para ultrapassar tais obstáculos e apoiar a prática docente em sala de aula, a Prefeitura de Poço Verde, por meio da Secretaria Municipal de Educação, realizou, na última semana de fevereiro, a abertura do Programa de Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI). O público participante foram professores das turmas de Educação Infantil da Rede Pública Municipal de Ensino que lecionam para as turmas com crianças entre 4 e 5 anos.
A secretária adjunta de Educação, Laisa Oliveira, explica que o LEEI é um programa do Governo Federal integrante do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) em direção ao apoio dos professores que atuam na Educação Infantil.
“O LEEI é voltado para a formação dos pedagogos e professores das crianças de 4 e 5 anos, já que é a idade de consolidação da alfabetização, onde elas estão aprendendo a ler e a escrever. Dessa forma, esses profissionais serão capacitados a partir dos encontros com a formadora do programa no município, com o objetivo de realizar a troca de saberes e impulsionar o letramento dos alunos”, destaca Laisa.
De acordo com a formadora do LEEI em Poço Verde, professora Andreia Luisa, aponta como ponto focal a troca de experiências entre os professores, tirando da invisibilidade o trabalho de reconhecida qualidade na Educação Infantil.
“Os professores da Rede Pública de Ensino de Poço Verde são maravilhosos e fazem trabalhos incríveis que muitas vezes ficam escondidos sem ter a devida visibilidade. Dessa forma, pretendo fazer com que eles mostrem o trabalho para levarmos aos colegas. Isso enriquece o ensino porque o LEEI é totalmente voltado para a Educação Infantil, onde vamos mostrar que os estudantes tem a leitura de mundo, do jeito deles, mas tem, assim como a escrita. Se o aluno olhar para uma árvore e a descrever, é uma leitura. O mesmo ocorre com a escrita porque ao colocarmos ele para escrever, as vezes, não sairá corretamente, mas vai escrever do jeitinho deles e é aí que ele pode desenvolver mais porque é um treinamento”, relata Andreia Lusia.
Para a professora Eva Vilma, que leciona no Pré-1, na Creche Municipal Josefa Ferreira, localizada na sede do município, o programa trouxe ânimo para a prática docente, visto que a formação continuada para a Educação Infantil não é tão frequente assim.
“De forma geral, eu não vejo, no país, uma preocupação da relação professor- aluno na Educação Infantil. Eu percebo que a sociedade pensa que é um lugar para deixar o filho enquanto precisa trabalhar e não é. O programa vem fortalecer a ideia de trabalhar o desenvolvimento da criança no contexto como um todo, e a leitura é o principal motivo pelo qual a gente trabalha e que faz com que a criança chegue lá no Ensino Fundamental 1 pelo menos com uma base inicial, tornando a aprendizagem muito mais fluida. Por isso, estou muito feliz com o LEEI porque eu amo trabalhar com as crianças e desejo que essa iniciativa supere as minhas expectativas”, argumenta Eva Vilma.
Outra professora que também compareceu na abertura do LEEI foi Vagna Maria. Ela leciona também para o Pré-1, na Escola Municipal Gilberto Amado, situada no povoado Rio Real, e está entusiasmada porque depois de 33 anos atuando com crianças do 1º ao 5º ano, passou a atuar com as crianças da Educação Infantil em 2025.
“Eu quis muito trabalhar com o Pré-1 e quando surgiu o momento de formar as turmas, tive a oportunidade de dar conta dessa turma. Foi quando imaginei que eu precisaria de uma reciclagem e chegou com o Programa de Leitura e Escrita. Estou amando trabalhar no Pré-1 porque as crianças são doces, precisam de carinho e atenção. Para mim, o LEEI será de bom tamanho, pois é um ponto de apoio para qualquer dúvida que a gente tiver”, ressalta Vagna Maria.